A peça publicitária vem motivando diferentes opiniões sobre o fato da campanha reforçar, ou não, a discriminação contra a mulher.
Sobre o fato da propaganda correr risco de ser suspensa, a presidente da Comissão da Mulher destaca que, dependendo do ponto de vista, concorda, porém comenta que existem propagandas mais ofensivas.
“Se analisarmos o conteúdo da propaganda que promove o reforço do estereótipo equivocado da mulher como objeto sexual de seu marido, e reforça a falsa ideia de padrões de beleza e imagem - sim - a suspensão da propaganda é pertinente. Porém, temos algumas novelas e propagandas que denigrem de modo mais grave a imagem da mulher e estão veiculando livremente sem qualquer censura. Comparada com essas propagandas ofensivas às mulheres, a propaganda da Hope poderia até ser classificada como uma versão light de ofensa. É injusto tirar essa propaganda do ar e manter as demais. Que este seja o início de um grande questionamento acerca dos comerciais de extremo mau gosto que agridem a todos, principalmente o papel das mulheres na sociedade”, revela a advogada.
Por outro lado, o coordenador do curso de Publicidade e Propaganda das Faculdades Claretianas, João Carlos Picolin, acredita que a propaganda trabalha o estereótipo da sensualidade, porém não é ofensiva. Ele diz que, do ponto de vista profissional, não entende que a propaganda denigra a imagem da mulher ou a trate como objeto sexual do homem. O coordenador aponta que, o que pode causar constrangimento, é o fato da peça utilizar as expressões “certo” e “errado”.
“Considero um exagero a questão de tirar a propaganda do ar, ela é polêmica no sentido de que retoma a discussão sobre o uso da mulher como objeto sexual, embora na campanha a protagonista esteja falando com o marido. Na propaganda de um canal por assinatura, no qual ela também é protagonista e cria um estereótipo de mulher dona de casa, não gerou repercussão, a questão é que um tem apelo sexual e outro da mulher dona de casa, o que eles não podem é ser agressivos com as pessoas. Acho que a propaganda não fere a imagem da mulher, a protagonista é a Gisele Bündchen, uma mulher de sucesso, inteligente, bem-sucedida e consagrada na profissão de modelo; e que estão tentando agregar a imagem dela ao produto. Que a peça trabalha com a questão da sedução isso é verdade, de forma até cômica, mas não vejo motivo para tirá-la do ar”, opina o coordenador.
Grupo 9
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